Pular para o conteúdo

Reajustes em declínio nos planos coletivos

Responsável pela assistência a mais de 80% dos quase 50 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares, esse grupo tem regras próprias de reajuste, cujo índice vem caindo nos últimos anos

Os planos de saúde coletivos são uma ca- tegoria à parte na saúde suplementar no Brasil, custeando a assistência médico-hos- pitalar de mais de 8 entre cada 10 brasilei- ros com cobertura do sistema privado. Ao mesmo tempo, esse universo de mais de 40 milhões de pessoas, trabalhadores vincu- lados a empresas e associações de classe, possui regras próprias de reajustes, que, ao contrário do que ocorre nos planos indivi- duais ou familiares, não são determinados anualmente pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Isto é, o aumento do valor das contraprestações não é regulado.

Apesar disso, como mostraremos nos tó- picos a seguir, o valor dos reajustes caiu substancialmente nos últimos cinco anos. Entenda:

  1. DIFERENÇAS ENTRE PLANOS EMPRESARIAISEPORADESÃO

Nos planos coletivos empresariais, a cober- tura assistencial é fornecida a indivíduos que possuem relação empregatícia ou es- tatutária com a empresa contratante. Nos planos coletivos por adesão, o vínculo entre beneficiários e contratante pode ser de ca- ráter profissional, classista ou setorial.

2. PLANOS COLETIVOS COM 30 VIDAS OU MAIS REPRESENTAM A GRANDE MAIORIA DOS BENEFICIÁRIOS

Em 2021, os contratos de planos coleti- vos com 30 vidas ou mais representavam 39,1% do total de contratos de planos coletivos, mas eram responsáveis por 86,4% do total de beneficiários de planos coletivos.

3. POR QUE OS REAJUSTES SÃO DIFERENTES NOSPLANOS COLETIVOS?

O índice de reajuste é negociado livremen- te entre contratante e operadora porque como um contrato de plano coletivo pode conter centenas e até milhares de benefi- ciários, os contratantes possuem poder de barganha para negociar um aumento mais favorável com a operadora.

4. OS PLANOS COLETIVOS COM MENOS DE 30 VIDAS TÊM REGRA ESPECÍFICA

Nesses casos, a operadora deve agrupar todos os contratos e calcular um porcen- tual de aumento único para todos.

5. O REAJUSTE MÉDIO APRESENTA QUEDA NOS DOIS TIPOS DE PLANOS COLETIVOS DESDE 2016

O reajuste médio dos contratos liga- dos a planos coletivos por adesão caiu mais de 10 pontos percentuais entre 2016 e 2021, atingindo 6,7% em no- vembro do ano passado. No caso dos contratos de planos coletivos empre- sariais, também houve queda expres- siva nesse período, de oito pontos per- centuais, conforme apresentado no gráfico a seguir.

6. A QUEDA SE DEU EM UM CENÁRIO COMPLEXO…

Os reajustes aplicados em 2021 foram, em média, os menores dos últimos seis anos, mesmo em um contexto de elevado cresci- mento das despesas assistenciais em decor- rência da alta taxa de ocupação de leitos de- vido à pandemia de Covid-19 e à retomada de procedimentos eletivos adiados.

7. …E GEROU UM AUMENTO DA DEMANDA

É evidente o esforço das operadoras em redu- zir reajustes e manter a cobertura assisten- cial a seus beneficiários, o que se traduz no forte crescimento apresentado pelos planos coletivos nos últimos anos. Apenas entre 2020 e 2021, o crescimento do número de beneficiários nesse tipo de plano foi de 4,4%, acima da taxa de crescimento do mercado de planos médicos no período (3,3%).Fonte: elaboração da Abramge com dados da ANS.

Marcações: